sábado, 2 de agosto de 2014

Divergente (Veronica Roth)

Título: Divergente
Autor: Veronica Roth
Nº de página: 500
Editora: Rocco
Edição: 1/2012





Em uma Chicago do futuro, pós-guerra, a cidade é fechada ao resto do mundo e dividida em 5 facções que supostamente gerariam equilíbrio na sociedade levando a uma conseqüente paz. Essas facções representam basicamente uma característica, uma virtude que eles prezam e cultivam.

- Franqueza: honestidade
- Abnegação: altruísmo
- Erudição: inteligência
- Audácia: coragem
- Amizade: paz

É nessa sociedade que a protagonista Beatrice Prior vive. Ela cresceu na Abnegação, com seus pais e irmão, Caleb. Por ser dessa facção, ela deve sempre pensar em ajudar os próximos, a pensar nos outros antes de si, a não ter vaidade. Aliás, as facções tem roupas próprias também. Por exemplo, o povo da Audácia sempre se veste com roupas pretas, e os da Erudição tem que ter uma peça azul no seu vestuário. A Abnegação se veste em trajes simples (até demais) e cinza. Nada neles devem chamar a atenção assim como de seus pertencentes pois a vaidade seria considerada egoísmo.

A cada ano, os jovens de 16 anos de todas as facções escolhem para onde querem pertencer permanentemente e para ajudá-los nessa decisão, um dia antes da Cerimônia de Escolha, eles fazem um teste de simulação que indicaria qual facção eles têm mais afinidade. Mas independente do resultado eles podem escolher ir para qualquer lugar que quiserem. E é aí que nossa história começa.




Beatrice não sabe para onde ir e o que quer fazer. Ela parece decidida a não querer viver mais na Abnegação, ela não sente que é la que pertence e não preza as virtudes do altruísmo tanto quanto as pessoas de lá. Depositando suas esperanças no teste para ajudá-la a tomar sua decisão, acontece algo estranho quando a aplicadora do mesmo lhe dá os resultados. Beatrice tirou resultado positivo para 3 facções diferentes e isso não acontece normalmente, a não ser que você seja um Divergente. E ser um divergente não é algo bom, é algo bem perigoso até. Eu não vou contar por que ser divergente é ruim, descubram quando lerem! :)

Enfim, no dia seguinte, lá está ela, com o coração na mão, não sabendo para onde ir ou se fica. O que fazer? E ela fez uma escolha, que de fato, como o merchan do livro diz, mudou tudo. Se ela não fizesse a escolha que fez, não conheceria as pessoas que conheceu nem faria as coisas que fez. E não teria conhecido um dos melhores personagens que já pude "conhecer": Quatro. Ah, e ao entrar na casa nova, ela resolve adotar um novo nome: Tris.

Notou alguma semelhança com outra história? Mesmo antes de ler Divergente, já havia lido declarações da Veronica Roth de que admirava a J.K. Rowling e que Harry Potter é importante pra ela. Daí que eu notei um pouco dessa semelhança com a separação das facções, que me lembrou as casas de Hogwarts. Mas não se preocupem, não é um rip-off. Achei que fosse ler algo muito semelhante com Harry Potter ou com a outra distopia famosa do momento "Jogos Vorazes" mas eu me surpreendi.

A Tris é uma personagem com raciocínio rápido, reações rápidas, reage frente a situações desafiadoras, não se deixa diminuir e certamente não desiste quando tudo fica difícil. Ao mesmo tempo, ela não é imbatível e invencível. Ela não é a melhor do seu grupo ou está afrente de uma revolução tentando desmembrar o governo. Certamente não tem um rostinho bonito e não está esperando pra ser salva, mas não é orgulhosa demais pra não aceitar ajuda quando precisa. Sim, eu achei que ela é uma boa personagem feminina, e acho muito interessante o fato de ela não se limitar a uma característica só, porque as pessoas não se limitam a uma característica só.

E por quê eu gostei tanto do Quatro? Ta aí outro personagem que não se baseia em uma característica só, e que tem atitude. Não uma atitude de demonstrar que a Tris é vulnerável, pelo contrário, ele está ciente de quem ela é e mesmo se aproximando dela, isso não muda quem ele é. E ele não é chato, rs. E assim como a Tris, o fato de ele ser bonito não limita ele a ser só isso. Ele é bonito, inteligente, sabe lutar. O mundo é assim gente, as pessoas bonitas sabem fazer coisas e as não tão bonitas podem ter tanto valor quanto. Não somos caracterizados por uma coisa só e nem deveríamos tentar fazer isso.



Tem de tudo um pouco nessa história, e eu achei a narrativa bem desenvolvida. Aliás, eu adorei a escrita da Veronica Roth. Ela é uma bruxa e conta uma boa história. Piadas a parte, nós sabemos os nomes dos pais da Tris na história, hehe. Ela tem um bom desenvolvimento e um bom fluxo. sabe manter o leitor grudado na leitura.

O que me deixa mais intrigada é que Divergente foi escrito e vendido quando ela era uma estudante, então espero que mais coisas boas venham por aí.




Nenhum comentário:

Postar um comentário