terça-feira, 15 de julho de 2014

Eu, Robô (Isaac Asimov)

Título: Eu, Robô
Autor: Isaac Asimov
Nº de páginas: 296
Editora: Expansão Editorial
Ano da edição: 1978/ Ano de lançamento: 1923
Edição: 10ª

Não curti essa capa, mas fazer o que, a edição é velhinha :)



Nunca havia lido um livro de ficção científica até ler "Eu, Robô" que eu me lembre e posso dizer que foi uma ótima indicação para primeiro livro do gênero. Acho que nenhum dos contos do H.P. Lovecraft que podem ser considerados ficção-científica pude ler, ainda! Comprei o livro em um sebo mesmo, nem cheguei perto do filme, e o máximo que sabia da história era o que tava escrito na contra-capa, e consegui entrar no clima do livro perfeitamente. Considerado um clássico em geral, não somente da ficção científica, o livro é uma ótima recomendação para os leigos no gênero como eu e para aqueles que o curtem. Mas vamos falar logo sobre ele.

Em 9 histórias, o autor conta desde as origens do robôs que podiam interagir com humanos até um futuro em que eles eram tão necessários e ativos para a sociedade. As histórias são narradas pela Dra. Susan Calvin, uma robopsicóloga que desde sempre teve mais empatia pelos robôs do que pelos humanos. O leitor acompanha suas histórias que são contadas em uma entrevista com um jornalista e vão desde o princípio quando ela ainda estava começando a estudar mais sobre robótica, senão me engano era estagiária e acompanhou basicamente todos os estágios de evolução dos robôs, seja pela visão dela ou de colegas que compartilharam histórias com elas.

É um livro inteligente. Quando ocorrem problemas, falhas, os personagens estão sempre tentam buscar respostas, e o autor conseguiu criar argumentos suficientemente bons para criar discussões dinâmicas e não de maneira complicada para que o leitor consiga entender, bem, pelo menos eu não senti problemas com isso.

Susan Calvin é uma mulher tímida e inteligente, de aparência comum. Desde sempre a humanidade se mostrou não muito gentil com ela, sempre traindo sua confiança e julgamento, enquanto a tecnologia se mostrava implacável e oposta. O livro levanta várias questões que podem ser atribuídas a nossa própria realidade.

Em vários momentos é questionado a superioridade de caráter que robôs têm e a humanidade não. Também me levou a pensar que a consciência pode fazer parte de julgamento que o pensamento faz, e não algo tão sentimental. Aliás, a parte sentimental de um ser existente não é algo separado da parte racional. Não estou dizendo que você vai encontrar robôs com sentimentos, mas também não estou dizendo que não vai. A gente tem essa mania de separar as coisas em razão e emoção. Mas não coisas totalmente independentes uma das outras, elas funcionam de maneiras próprias na verdade, e a racionalização pode sim atuar como emoção, e vice-versa. Ou você nunca perguntou pro seu instinto se era certo ou errado fazer algo da mesma maneira que se pergunta ao bom senso?

Como Descartes disse na sua máxima mais famosa: "Penso, logo existo". A existência tomada como consciência, pode ser passada até mesmo para uma máquina capaz de calcular suas ações em relação a terceiros, e seu cérebro fora programado para seguir essas regras fundamentais. Sim, esse é um livro inteligente, como se os contos fossem um conjunto de fábulas com direito as lições de moral e tudo. Dá pra acompanhar a progressão das coisas pela ordem das histórias e como a atitude dos humanos em relação as suas crias vão exigindo novas demandas. É muito interessante mesmo!

Recomendo essa fábrica de dilemas pra vocês todos, rs.


Nota: 5/5

Nenhum comentário:

Postar um comentário