sábado, 14 de junho de 2014

Os Garotos Corvos (Maggie Stiefvater)



Título: Os Garotos Corvos
Autor: Maggie Stiefvater
Nº de páginas: 376
Editora: Verus
Ano de publicação: 2012

Livros que trabalham com o tema sobrenatural tendem a chamar a minha atenção, sejam eles adultos, infantis, YA, talvez os de auto-ajuda não tenham tanta participação nesse meu grupo de interesse, mas deu pra passar o recado. Mas em meio a histórias com vampiros, lobisomens, bruxas, anjos, etc, imaginem minha felicidade em encontrar um livro bom, mas bom mesmo, que não se encaixa nos padrões de YA de fantasia dos dias de hoje.



Sem sombra de dúvida gostei bastante desse livro. A arte da capa é lindíssima, a edição do livro também ficou muito bem feita. O livro tem 376 páginas que passam voando e eu gostaria que não acabassem tão rápido assim.

A história se passa nos dias atuais, nos Estados Unidos. Blue, a protagonista, vem de uma família nem um pouco normal de videntes e mora com a mãe, e com amigas da mães que também possuem essa habilidade. E a mediunidade das mulheres é o que traz a "fama" e o sustento para aquela casa. E a Blue mesma não tem nada de vidente. Não tem previsões, não vê espíritos, nada de nada. A habilidade dela consiste em amplificar os dons das outras pessoas, ou seja, as vezes ela acaba sendo útil nas sessões que as médiuns realizam. Existe outra coisa especial na Blue, quando ela era pequena sua mãe previu que se ela beijasse seu verdadeiro amor, ele morreria. E o pior, outras videntes leram a mesma coisa. Só coisa boa né?

Ela sempre viveu uma vida normal apesar disso, quer dizer, normal não dentro dos nossos parâmetros de normalidade, mas nada de espetacular de fato. Todo ano, Blue e a mãe vão para uma igreja abandonada na véspera de São Marcos para vislumbrar os espiritos das pessoas que morrerão nos próximos 12 meses. E eis que no dia em questão, a tia da Blue, Neeve que praticamente nunca aparecia, aparece, e é com ela que Blue deve ir pegar os nomes dos espíritos.

Tudo que deveria decorrer sem nada incomum não ocorre, pois eis que do nada, Blue vê um espírito de um garoto no meio da caminhada dos espíritos dos futuros mortos. Descobre que seu nome que é Gansey e ela vê que ele está usando um uniforme de um colégio para meninos ricos de sua cidade, Aglionby, cujo simbolo é um corvo,por isso seus alunos são conhecidos por Garotos Corvos. A parte mais divertida é que a Neeve quando questionada pela sobrinha do por quê ela conseguira ver um espírito, diz que isso ocorreu por esse garoto é seu verdadeiro amor ou ela irá matá-lo. Gente, mais coisa boa ainda!

Até agora, eu não dei spoiler nenhum, relaxem, esse é só o prelúdio.



A narrativa é em 3ª pessoa da Blue, do Gansey e dos amigos dele, e é claro que os caminhos deles se cruzam. E não, não tem um romance meloso no meio. O que une todos eles é uma busca que o Gansey está fazendo e todos acabam meio que envolvidos. Eu prefiro não dizer que busca é essa, pois é mais legal quando o personagem informa o leitor desses aspectos em específico.

Achei a escrita da Maggie muito boa, e ela é bastante criativa. A história tem vários elementos diferentes e tem as coisas certas nas horas certas. Tem conclusões para algumas questões e tem questões que só serão respondidas nos próximos livros, aliás, eu necessito muito dos próximos livros! Ela tem uma escrita envolvente, personagens bem construídos e com backgrounds interessantes que comprovam suas atitudes e personalidades, e cada tem seu próprio carisma. Tem mistério, suspense, um pouco de terror e comédia, romance, aliás, romance é delicado aqui, porque tem todo esse estigma pairando sobre o futuro e sentimentos da Blue, mas ele não toma a atenção da trama principal em momento nenhum.

Gansey, seus amigos Garotos Corvos e a Blue têm um papel diferente nesse grupo, cada um têm sua importância. Havendo um protagonista ou não não muda o fato de que o papel de cada um tem um peso dentro desse círculo de amizade. Parece que eu to falando de algo místico mas não é. E também não quero dizer que cada um tenha uma característica que outro não tenha. O fato de um ser inteligente não torna o outro burro, é nesse sentido que escrevo isso. Por exemplo, tem um dos garotos que é bastante orgulhoso, mas ele tem suas razões para ser assim e isso incentiva algumas atitudes deles enquanto no mesmo exemplo, a Blue também é orgulhosa, mas de um jeito diferente e ao mesmo tempo similar, entendem? Cada pessoa é igual e diferente a outras e isso não coloca ela num papel de maior ou menor importância. E isso eu gostei muito da escrita da autora.

Terminei o livro querendo os outros e não vejo a hora de conseguir a seqüência, "Os Ladrões de Sonhos".

Uma coisinha que me incomodou foram alguns errinhos de revisão, mas nada que atrapalhou minha leitura drasticamente, eu acho.



O livro é incrível! Na minha opinião, é um YA pouco comentado e pouco famoso por aqui mas que tem uma qualidade incrível.

Nota: 5/5

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