terça-feira, 6 de maio de 2014

Battle Royale

Testando um novo formato de resenha =) 


TítuloBattle Royale 
Autor: Koushun Takami 
Editora: Globo Livros 
ISBN: 852505612x 
Nº de Paginas: 663 
1ª Edição 2014 

Sinopse 
Em 'Battle Royale' o autor se aprofunda com mais vigor no desenho psicológico dos numerosos personagens - a turma de estudantes tem 42 pessoas -, trazendo à tona informações sobre a história de cada um como forma de explicar seu comportamento e suas reações diante dos perigos do jogo pela sobrevivência. Na batalha de todos contra todos, há os que enlouquecem, os que se revoltam, os que extravasam os piores instintos, os que buscam se alienar - e até os que assumem com prazer a missão de eliminar pessoas que horas antes eram colegas de classe. Nesse ambiente, o fio do suspense se mantém esticado o tempo todo - é possível confiar em alguém? Do que um ser humano é capaz quando toda forma de violência passa a ser incentivada? 


Minha história com "Battle Royale" começou há anos atrás quando o mangá começou a ser publicado aqui no Brasil, e eu lia em "conjunto" com dois amigos meus. Um deles comprava o mangá e depois compartilhava com a gente. Era uma história visceral, violenta, sem muitos pudores, e era bem contada. Mas o mangá parou de ser publicado faltando uns 2 números para se encerrar a história, eu acho, e a série ficou em stand by até 2011 se não me engano. Enfim, apesar de ter visto o filme(e ter esquecido o final) eu precisava de uma conclusão para essa história, foi quando o livro apareceu e me salvou, haha. 

A narração é em 3ª pessoa e apesar de ter protagonistas cujo desenrolar da história acaba ganhando mais destaque, basicamente todo aluno tem seu momento derradeiro descrito no livro. 

A história começa já em clima de tensão. Uma turma de 42 alunos está indo para uma excursão escolar quando de repente acordam numa sala de aula e lá são informados de que estão no "programa", uma espécie de teste criado pelo Governo e o objetivo desse "programa" é que eles matem uns aos outros, somente um poderá ganhar. Se em 24hs ninguém "jogar" todos serão executados. Essa são só algumas das regras do jogo. Cada aluno recebe um kit de sobrevivência com comida, bússola, mapa, água, um kit de primeiros socorros e uma arma aleatória que pode ser desde uma submachine gun até uma faca pequena. 


Os Personagens 

Como eu disse, basicamente todos os alunos aparecem no livro, mas temos alguns protagonista, ou melhor dizendo um círculo central de personagens importantes. O personagem Shuya Nanahara que forma uma aliança com a aluna Noriko Nakagawa, pois tem suas próprias convicções do porquê deve protegê-la, motivo que não direi aqui porque é spoiler e eu sou legal. E eles tentam se unir com outras pessoas da turma para que não cedam a essa loucura do governo e se matem. O problema é que quando perto da morte e dessa maneira, é dificil não enlouquecer. A confiança nos outros é abalada e é claro que com medo de morrer, as pessoas acabam matando. Outros personagens com foco são o aluno transferido misterioso com passado ainda mais misterioso Shogo Tawada, o líder de gangue e tão misterioso quanto Kazuo Kiriyama. Bem considero esses 4 os mais importantes, os que estão no núcleo central, mas tem outros personagens que também tem uma certa importância que aparecem ao longo da história. 


Eu gostei de como o passado e a maneira como cada um influencia os encontros. Humaniza os personagens e ajuda a gerar o pouco de empatia necessária com a situação. Afinal, estamos numa geração em que é tão morte e tragicidade são tão comuns que é normal ver pessoas se matando sem perceber que são pessoas, ou o porquê elas estão se matando, mas voltarei nesse ponto em breve. 

Aliás, foi ao tentar gerar empatia que tive um ponto negativo com o autor. Não sei o quão familiarizados vocês estão com filmes japoneses, e/ou animes e mangás, mas é tudo muito levado ao extremo, exagerado e dramático. É normal ver isso nessas 3 mídias que eu descrevi acima, mas eu nunca tinha lido um livro escrito por um japonês(que eu me lembre), apenas contos, e não tinha reparado o quanto isso poderia ser um problema para mim num livro. É enlouquecedor estar numa situação dessas, mas os absurdos... Na verdade, eu exagerei agora um pouco também dizendo que isso era um problemão, não é um problema, só poderia ter proporções diferentes na minha opinião. 


Sobre o Governo em Battle Royale 

Aqui não se tem a presença física de um líder,  mas o governo inteiro é o líder. Os países da Ásia nessa distopia se uniram num grande país, chamado Grande República do Leste graças a uma recessão econômica. E porque isso é ruim? Parafraseando o V, de "V de Vingança" do Alan Moore, "o governo deve temer seu povo, e não o contrário" não é isso que acontece aqui, é o oposto. O governo fechou as portas desse novo grande país e ninguém sai, ninguém entra. Alias, em nível cultura, eles se acham superior as outras, principalmente a americana, o que decorre na proibição de músicas com influencias americanas e etc. O objetivo é bem claro, o que o governo provêm é necessário e suficiente para seu povo, então para que usufruir do que os outros têm a oferecer? E qual o melhor jeito de provar isso com exemplos de abuso de poder e um "programa" cujos participantes não podem recusar e seus responsáveis também não podem se revoltar senão sofrem retaliação. Só coisa boa. Mas eles explicam um pouco do porquê tudo isso acontece no livro. 

Quando a febre de "Hunger Games" estava devastando famílias por aí, era esse o livro que todos falavam que a autora bebeu da fonte, mas a história é diferente gente. Sim, são jovens matando uns ao outros, mas as regras são diferentes, os motivos são diferentes(a não ser defender o interesse de um governo ditatorial). Então, ao invés de não lerem as histórias por achar que uma plagiou a outra, parem o "mimimi" e vão de fato ler os livros. Se continuar achando que é tudo igual, comenta aqui. Ficarei feliz em debater sobre o assunto, gosto de ouvir outras opiniões =)



É um livro gordinho mas super rápido de ser lido. Tem um bom fluxo de leitura, tanto que li bem rapidinho. Assim como no mangá e filmes, ele livro é bem sanguinolento e violento, então se você não curte violência gráfica, acho que não é um livro muito bom para ser lido, mas se você gosta, leia, é muito bom =) 

A edição tá tão bonita. Tirei algumas fotos pra tentar mostrar como o design da capa ficou bonito. 

Nota: 4/5

Mapa ilustrado na contra-capa e na orelha
Não sei se dá para ver, mas a capa tem textura.


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